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30 setembro 2020

Ecoa Marias Ep. 5 - Educação, com Luciana Oliveira, servidora pública e dirigente sindical

As Marias no Mandato Coletivo escutam trabalhadoras e trabalhadores da Educação, as Marias nunca estão sozinhas, nosso Podcast Ecoa Marias é com Luciana Oliveira pedagoga desde 2012 e funcionária pública do Município de Santos desde 2014. Atua na Educação Infantil com crianças de 0 a 5 anos e Ensino Fundamental 1 com crianças de 06 a 10.

Ouça em: https://www.youtube.com/watch?v=W1ruU2vvLOI

Nós Marias temos realizado várias rodas de conversa para ouvir o que pensam as ativistas, usuárias e usuários de equipamentos públicos em Santos, como o da Educação

O encontro reuniu profissionais que atuam na educação pública santista, desde professoras e professores, até as equipes gestoras, familiares, funcionárias e funcionários que compõem o que conhecemos por Comunidade Escolar.

O sentimento presente nos depoimentos das pessoas presentes revela e confirma o momento de angústia agravado pela pandemia do coronavírus que afetou brutalmente a área da Educação. A epidemia da covid-19 trouxe à superfície questões existentes que se tornaram emergenciais como a alimentação das crianças. A maioria delas, principalmente as que moram em áreas periféricas, somente tem acesso ao alimento nas escolas.

A pressão colocada sobre os pais, professores e profissionais da educação trouxe a preocupação com os perigos do retorno às aulas presenciais pela falta de estrutura física das escolas municipais e da falta de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) que atendam às necessidades de todas as pessoas envolvidas no funcionamento das escolas.

Pouco a pouco as dificuldades das famílias trabalhadoras que não puderam cumprir o isolamento social nem acompanhar as filhas e os filhos nas atividades pedagógicas pelos aplicativos de celular, enfrentando ainda a falta de acesso à tecnologia e a baixa qualidade do serviço de internet, quando oferecido, dificultando o acesso ao conteúdo das aulas virtuais.

Uma parcela enorme da população pobre, negra e periférica começou a emergir e chocou a sociedade branca que mora nas regiões mais favorecidas da cidade. Ficou evidente a falta de políticas públicas agravada pela demora na aprovação dos auxílios emergências para que mães e/ou pais pudessem estar integralmente dentro de casa mantendo o distanciamento e acompanhando o desenvolvimento de suas crianças durante a pandemia

Apesar de todos os problemas existentes anteriormente também surgiram demandas importantes para melhorar a Educação e a relação escola-família-sociedade na pós-pandemia.

Estamos redescobrindo e recuperando a forma histórica de organização coletiva tão presente na luta das mulheres e encontrando propostas para a elaboração de projetos de lei em Educação que vêm sendo debatido com munícipes ao longo de todos estes meses.

Nós, as Marias listamos os seguintes:

- Implementação de escola-piloto como uma ação disparadora de boas práticas pedagógicas que possam reverberar e modificar gradualmente todas as escolas municipais da cidade;

- Criação de políticas públicas que potencializem a participação das famílias nas tomadas de decisão, inclusive, nos Projetos Políticos Pedagógicos da escola, fazendo valer a lei de Diretrizes e Bases (LDB) que prevê uma gestão democrática.

- Fiscalização de escolas que inauguram sem a documentação necessária e que, por isso, não constam no sistema do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e, portanto, não são incluídas no programa de recebimento de verbas nacionais nem em programas de recebimento de material pedagógico distribuídos durante o ano. As verbas e os materiais são enviados às escolas, geralmente, em épocas de campanha política para promoção de determinado partido.

- Fiscalização das escolas que são inauguradas rapidamente como ferramenta de campanha política, com estrutura precária e falta de verba para manutenção.

- Criação de Políticas Públicas que promovam trabalhos de base com as comunidades escolares e de intercâmbio entre elas.

- Redução do número de alunos por sala de aula o que inviabiliza a realização de um trabalho de qualidade.

- Promoção de debates contínuos nas escolas sobre temas que abordam as questões raciais, de gênero e de classe.

- Criação de políticas públicas que promovam a formação permanente de professoras e professores da rede pública santista.

A roda de conversa sugeriu que esse grupo de discussão sobre Educação se unisse a outros grupos de famílias existentes, como o “Coletivo Quem tem fome, tem pressa”, formado para pressionar o atual prefeito de Santos. Queremos que as escolas utilizem a verba já prevista para a merenda escolar para compra de cestas básicas a serem entregues às famílias.



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